27 de dezembro de 2010

À Lira

Eis que sou consciência tua
Amiga das desilusões
Única companheira das solidões
Tens a mim a última coisa boa
Tens solidão e silêncio
Sofre por ti o meu doce alento
Se não amargara a solidão
A cama não odiaria
Teu leito seria apenas descanso
Eis que sou consciência
Tua é a minha solidão
Quereria descansar um dia
E pairar sob o odor das flores
E nada seria além de perfume
Perfume que rebusca à memória
A consciência, eis que sois tu
Tu e tua memória
Memória fantasmagórica
Es fantasmas, és espirito
Es solidão e silêncio
Es apenas consciência
E saudade das coisas que nunca vivera
Es lira, es música
Que leram que ouviram
Es consciência, memória, poesia
Sou e nunca fui
Nunca fora concretizado
Es a utopia de ser eu
Fora apenas memória, consciência
A conjugação de verbos em outros tempos

7 de dezembro de 2010

Sem Saber

Dia sete. Sete o número da perfeição, sete dias em uma semana, mês sete um mês de férias. Quando eu era criança eu cantava uma musica que dizia sete mais sete são quatorze (...). Sim quatorze o sete mais perfeito duas vezes a perfeição. Novas perspectivas, novas idéias um dia quase perfeito de ferias o dia do meu aniversário. Festa?!?! Foi por isso que ele foi quase perfeito não teve festa, não me dou bem com festas me sinto sem graça e alienada dos outros, pouco diferente de outra maneira incomum. Um tédio, saber que você não espera novas perspectivas de si mesma. Bem como alguém que realmente não enxerga a beleza da vida, e se vê em um mundo que realmente não gira a seu favor. Bem como eu não sabia que era assim, diferente que o que estava por fim sempre errado, sempre fora minha visão embaçada de como eu me via e via o mundo e as pessoas. Infantil como eu nunca enxergara antes como eu nunca quis ser, mas as circunstâncias não nos favorecem, infantil era como eu era. Medo, medo de ser quem eu era, essa era a chave da minha cegueira. Hoje descobri realmente quem sou eu e resolvi esquecer as lembranças embaçadas que eu tinha. Tão irreal ate perecia que era um filme de um cineasta maluco e meio deprimido. Sem saber como eu realmente era sem me conhecer eu esquecia de ser feliz tentando ser o que eu não sou e gostar de algo que é apenas um simples modismo talvez também comodismo. Sem saber enterrei os meus sonhos, sem saber meu coração guardava o meu maior segredo ate então nunca revelado nem sequer para mim. Sem saber com os sonhos eu enterrava também a vida. Sem saber meu coração não batia forte apenas vegetava causa da morte dos sonhos mais claros e felizes. Sem saber eu trocava os sonhos por pesadelos, o sol pelas nuvens escuras, e o coração por coisas fúteis e desnecessárias. Sem saber eu me trancava para o mundo como um escudo e não deixava o que há de melhor na vida penetrar em mim. Os sonhos que o meu escudo não deixava penetrar, o escudo que só me fazia sangrar, certa vez disse um grande poeta "a vida não é apenas para ser vivida e sim sonhada". Sem saber que isso era real eu me trancava em quartos sem janelas, eu viajava em nuvens escuras, eu me deprimia e caía para o meu abismo emocional, meu inferno pessoal e esquecia que os anjos existem. Indecifrável como é a mente aos olhos de quem não sente como é viver que só aprendeu a vegetar e nunca deixa seu mundo mudar que só fica em um lugar, e não aprendeu a entender que sonhar é viver e que viver é amar!!!!