5 de julho de 2015

Trecho anti poético

   
   
     Estou sem inspiração para poesia. Vou mudar minha playlist. Nada de músicas românticas, nada de poesia. Quem sabe assim me distancio do amor que me lembra desafeto. Quem sabe a falta do meu amor deixa de me fazer falta ? Deixa pra lá essa parada de que nasci pra ser poeta. Nasci pra ser escrava das palavras, também da ausência delas em boca alheia. Deixa pra lá esse negócio que faz meu peito palpitar. Deixa de lado esse pulsar que pula tanto no peito que causa até repulsa. Deixa a boca que deveria se unir a minha beijar outras faces. Deixa esse negócio de que desamor é inspiração. Não quero ser poeta. Quero é ser amada. E quanto à minha sina de florescer poesia... Deixa, deixa ser bônus de uma vida dois, completa, que ainda aguarda existir. Deixa essa sina pra trás, larga esse amor, essa poesia sofredora. Não se plante em meus pés. Deixa pisar em falso, se cair a gente aprende a levantar. Só não deixa escapar, não deixa eu escapar das suas mãos enquanto eu puder ser sua. Porque quando o sentimento cura só sobra mesmo a sina. Uma conversa de bar, uma prosa sem poesia, uma ausência de rima.