7 de dezembro de 2015

Lembrança



Acordou num dia como qualquer outro o moço do sorriso lindo e dos lábios carnudos. 

- Gostosa! - gritou, me ressentia com como ele falava comigo, sempre me deixando sem graça. 
Ah, o amor é dessas coisas bestas que a gente não entende. Dia vai e dia vem e os olhos deles, dos meus dois melhores amigos, se cruzaram. Amor na certa. Todo dia vai e vem e a baixinha e o grandão sorriam como duas crianças ao ouvir uma piada. Aquele amor cruzado não concretizado me dava pena. Por que será que a pequena não tinha pulso para agarrá lo com a vontade e força de nunca mais soltar? 

Lembro bem de quando ele gritava meu nome, eu morria de vergonha. Os seus abraços apertados e o fato de minha amiga de infância ser apaixonada por ele não me impediu de amá lo. Mas não o amei como ela, é só que ele sempre teve um jeitinho de me fazer sorrir. Deus me mostrou que se hoje eu sorrio mais é porque me lembro que ele que tanto gostava de sorrir teve tão pouco tempo... Sua beleza era genial, mais do que física mas que vinha de dentro. As vezes que perdi de te-lo beijado foi por respeito ao amor da sua vida afinal ele era tão bonito e radiante. Um dia ele descobriria que a amava também. Hoje posso apenas regar as lembranças no seu túmulo e ser grata aos seus sorrisos que ainda me fazem sorrir... 

Em memória de um grande amigo. 
(Eu sei que ele amaria essa fotografia, ele amava os bichos como ninguém.)