13 de janeiro de 2015

Entenda as mulheres: o que elas querem que os homens saibam (ou o conjugar de um verbo)

A gente sempre carrega dentro de si, mesmo que não aceite, não admita ou ainda que neguemos, aquela expectativa de surgir um novo amor. Ou um amor que inicie nosso coração nessa parada que desde os primórdios faz gente chorar, sofrer ou se tiver sorte faz feliz para o resto da vida. Nunca acreditei na minha própria sorte e apesar de tentar não esperar um amor, meu coração espera. Espera ser jogado fora só para ter o prazer de um dia poder contar uma historia dizendo "eu sofri por amor", "já amei" ou "ainda amo". Sempre cultivando aquelas amizades que aos olhos dos outros parecem a mais inocente. E verdadeiramente são, menos pela ponta de esperança alimentada pelo desejo reprimido de amar e ser amada. Aquela vontade de gritar para todos os homens "não quero ser sua melhor amiga, tampouco sua irmã" só pra ver se alguém se interessa. É frustrante aquele cara legal dizer que ama outra enquanto você queria ouvir que ele te ama. Mesmo que você não o ame. Aquela atenção que você inveja daquela menina que nem é tão inteligente quanto você. Ou ainda aquele cara que diziam que vocês tinham tudo para dar certo e mesmo você suportando as palavras e tentando não se apaixonar porque mais cedo ou mais tarde você quebraria a cara. Eu não daria meu braço a torcer por um amor. Até porque um mês depois ele estava namorando uma garota que nem ao menos você havia visto ele falar com ela. E  aquele cara que ia na sua casa e te dava cantadas e um mês depois estava namorando sua amiga. Também aquele que te elogiava mas que seria um egoísmo se ele elogiasse só você e depois você se sentiu mal por ter antes se achado tão especial. Não sei se o problema somos nós ou se os homens são mesmo complicados, ou se a culpa é do amor. E essa quase impessoalidade que deixa tudo claro que estou sofrendo por desamor mas generalizo só para tirar minha parcela de culpa ou mesmo de remorso. Porque eu nunca consegui gostar de alguém que estivesse ao meu alcance. Eu nunca tive coragem de dar o braço a torcer por medo de sofrer mas já estou sofrendo. Porque ninguém pode me dar o afeto de que necessito, só ele. E ele pode estar em qualquer lugar, beijando outra boca ou mesmo ao meu lado me chamando de irmã. Ele pode estar em outra cidade e pode até mesmo não saber que eu existo. Mas acima de tudo, ele está no meu pensamento e eu espero logo que venha sanar meu desafeto. Que seja corajoso o bastante para enfrentar a selva que é meu peito. E quando ele chegar espero não ter medo, espero ter um sinal de que é mesmo ele. Um sinal de que eu não serei mais apenas uma amiga cheia de história para contar, divertida mas apenas amiga cheia de um  desamor que eles não conhecem e não reconhecem. Até que eu conheça o amor, o desamor tem sido minha maior frustração e a falta de coragem por medo de ser pior o terreno desconhecido já deixou escorrer por entre os dedos todas as oportunidades e temo que o destino não seja mais tão generoso. Meu desatino tem sido a procura por um motivo para escrever sobre aquele que não veio ainda cultivar em mim o verbo amar.