10 de maio de 2016

Zona de segurança

Ei moço, não se aproxime com esse seu riso frouxo
Fique longe com esse seu olhar travesso
Não se mecha com esse seu cheiro manso
Não me encoste com essa boca macia
Não me abrace com o seu calor
Longe de mim, moço!
Perto de você sou desatino
Desato com seu jeito menino
Danço com a tua risada
Descanso em suas palavras
Mas ande!
Vá para longe
Longe com seu despertar em mim
Desate esse nó desesperador
Arranque seus laços fora
Corte suas cordas de mim
Quero fugir
Sei que você me desperta
Acolhe - me e alenta - me
Mas moço, eu me prefiro sorrindo
Me prefiro livre desse teu afeto
Porque além de incerto é egoísta
Seu moço, sai pra lá com seu desajeito
Esse seu defeito de ser mais orgulho que amor
Isso vai me sufocar
Sou capaz de esquecer seu cheiro
Encontrar outros beijos
Olhar outros olhares
Sem que isso me consuma
Sem que eu assuma não ser eu mesma
Para caber em um relacionamento desgovernado
Longe da zona de segurança
Que é amar a mim mesma incondicionalmente


{Porto Velho, 10 de abril de 2016.}