7 de maio de 2016

O pejo



Querido, quero que saiba que quando eu te vejo eu perco os meus sentidos. Minha memória passa em lapsos e nem sequer consigo me lembrar de te olhar. Quando você me abraça e me dá aquele beijo carinhoso na minha bochecha rosa de vergonha parecem os segundos mais curtos da minha vida. Ô rapaz, se demore um pouco mais. Não sei para onde olho quando você pega a minha mão ou afaga meu braço. Não consigo nem olhar para você. Não sei o que acontece comigo, mas sinto que por instantes a sua energia me dá choques que percorrem todo o meu corpo. Me perdoe pela falta de animação, sei que você me acha meio morta e reclama da minha recepção não muito calorosa. Desculpe me por mentir um constante estado de ansiedade crônica, às vezes estou bem mas sou incapaz de dizer que a causa das minhas mãos frias é você. Mas eu sinceramente não sei o que fazer. Não sei nem como fazer. Olha moreno, eu preciso que você me conduza. Preciso que seja paciente. Quero poder te abraçar por minutos, meses, anos... Quero poder ouvir suas histórias e beijar essa sua boca de jambo. Não sou quem você espera para ser seu par, mas por você eu leria todos os romances de Dostoiévski só para me encaixar ao seu gosto literário. Mas por enquanto meu bem, eu fico com a Anatomia pois até onde sei amor não dá diploma e semana que vem tem prova.

{Porto Velho, 02 de maio de 2016}