16 de janeiro de 2015

Um dia depois da perfeição

Hoje resolvi não escrever meu número favorito. Hoje é sexta feira, 13 de dezembro de 2013. Não sei se esse dia dá realmente azar ou se é exagero da superstição das pessoas, mas o que sinto até que condiz com um dia de comédia trágica.

Quando se trata de sofrer por paixão costumo ser bem altruísta, carrego toda a culpa e dor ou sozinha ou ajudo a carregar a dor dos outros. E é nesse serviço infame de querer tapar o sol com a peneira que eu vou sofrendo e me magoando cada vez mais e perdendo para mim mesma.

De nada me fizeram convicta as vezes que eu conselhei que se arriscassem pois foi por não me arriscar que eu perdi uma batalha sem ter ao menos um adversário. Nada adiantou dizer "se arrisque" se eu não acredito ou acreditei na minha própria ideologia. E continuo doendo, chorando sem ter lágrimas e tentando descobrir porque dói tanto e aperta tanto no peito o que está no cérebro, no hemisfério direito especificamente. Será que essa parada louca de sentir no coração realmente existe?

Toquei o peito com a mão direita e pareceu me frio como sempre foi, mas um frio meio mole, como gelo derretendo. Ainda não consigo desistir de pensar em como os outros vão se sentir a meu respeito. Sei o quanto é ridículo dizer que não se quer estragar uma amizade se a partir do momento em que algo tornou diferente a amizade deixou de existir. Essa balança pesa mais para o lado mais enfraquecido, custa caro o preço de um leve coração.

Sobre o que foi perfeito posso dizer que sofrer por uma paixão é perfeitamente coerente para uma poetisa de 17 anos. Foi perfeito eu ter conhecido o melhor de mim graças a uma paixão. Mas a perfeição não cabe a olhos humanos e é por isso que ela dói tanto em mim. Que a covardia que me persegue não me impeça de revelar meus segredos mais ocultos a quem ajudou me a descobrir a preciosidade de minha própria essência de utopias platônicas. Não consigo aceitar que sinto o que sempre tive medo de sentir. Apaixonei me por ele. E admiti...


Este texto foi parte do diário que nunca prossegui porque não gosto de diários, todas as feridas dessa por ventura paixão já existida foram cicatrizadas e graças a ela entendi porque devemos ceder ao nosso orgulho e doar se com os pés no chão. Com nostalgia e sem nada de saudade dou a vocês o que já foi parte de mim. Abraços e voltem sempre!

0 comentários:

Postar um comentário