16 de fevereiro de 2018

Qualquer José

Às vezes a gente sente como se a alma saísse do corpo e só existisse um corpo pesado cheio de culpa e prece. A cabeça dói e a garganta queima e você se pergunta "por que sou um webtriste?" "Não se mate, José!" Um dia você estuda no outro você não consegue mas pelo menos tem tentado. Antes falhar na tentativa do que na falta dela. Em meio a tantos devaneios e olhos cansados a gente vai deixando de fazer a sobrancelha, de sair com os amigos, de pintar as unhas, de ir à academia, de pesar na balança da farmácia ou olhar o preço que deu o pão na padaria. A gente se esquece do protetor solar. Só lar ! Só lar ! Só lar! E o que antes trazia alento hoje traz ansiedade. Chegar em casa e cumprir metas, assistir Black Mirror e seguir a dieta. Não somos robôs! Não se mate, José!  Deixe que a rotina faça isso por você. Mas não deixe ninguém perceber que ela tem te matado, aos poucos, aos poucos, com as unhas, essas mesmas unhas sem esmalte. Esse mesmo corpo que reage ! E José poderia muito bem não pintar as unhas, afinal não é um nome masculino ? José poderia muito bem não pintar mais a vida e deixar que seu maior sonho consumisse seus dias. Incessantemente ! Um pesadelo !

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